Inclusão Escolar - O que é? Por quê? Como fazer?
O mundo está constantemente mudando, e algumas pessoas têm a habilidade de prever as novas necessidades, as próximas modificações; são essas pessoas que se destacam em meio às novidades, pois estão sempre à frente, adotando os novos paradigmas. A verdade é que estamos sempre seguindo paradigmas e, quando eles entram em crise, vivemos um período de insegurança, mas também de liberdade para inovar. No momento, a instituição escolar está excessivamente burocrática, e faz-se necessário romper com este paradigma para que ela volte a fluir, a atingir todos os alunos sem preconceitos, tornando a inclusão um processo natural e banindo qualquer preconceito cultural, social, étnico ou religioso .A escola tem-se aberto a novos grupos sociais, mas sem reformulação de conceitos e de conhecimentos. Assim, o ensino é massificado e não há troca de experiências – isto é o que chamamos de democracia! O pensamento que norteia o atual sistema é muito mecanicista, e discrimina claramente os normais e os deficientes, o ensino regular e o especial, como também cada uma das disciplinas estudadas na escola. Aí está a burocracia excessiva, já que o conhecimento é construído a partir da interação das diversas áreas, e não de maneira segmentada. A parte criativa, subjetiva, foi desprezada. Mas a educação deve ser voltada para uma cidadania plena. Polêmicas envolvidas: Professores da educação especial temem perder o que conquistaram; Professores do ensino regular são inseguros; Profissionais da saúde tratam alunos com dificuldades de adaptação como pacientes; Pais de alunos 'normais' temem uma queda na qualidade do ensino. A integração escolar abrange turmas especiais dentro do ensino comum, para que todos aprendam igualmente, utilizando para isso todos os recursos necessários. Já a inclusão é mais radical: exige modificações na perspectiva educacional, no paradigma, trabalhando as diferenças de modo que elas enriqueçam o aprendizado de todos, deficientes ou não, com problemas de aprendizagem ou não. Igualdade não é homogeneidade: as diferenças são produzidas a todo momento, e não podem ser passivamente toleradas ou respeitadas, com pena, como se não houvesse mais nada que pudéssemos fazer. A diferença é que deve ser tomada como padrão, pois o normal é que um seja diferente do outro. HOMOGENEIDADE é DESVALORIZAÇÃO HOMOGENEIDADE ESCOLAR é DEMOCRATIZAÇÃO DE MASSAS. Exemplo: Folclore – “É preciso que tenhamos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza, e o direto de ser iguais quando a diferença nos inferioriza". (p. 34). É difícil incluir porque isso implica lidar com culturas, desejos e emoções os mais variados não se tratando somente de números. Implica trabalhar a afetividade. Implica modificar vidas, realidades, e não personagens fictícios. Nas escolas que já praticam a inclusão, é possível observar diferenças: novos desafios, esforços para que os objetivos se realizem e novas perspectivas de vida para todos os alunos. A escola ideal não valoriza as respostas-padrão, preocupando-se excessivamente em formar para o futuro (próxima série? vestibular?). A escola de qualidade valoriza o que os alunos podem aprender HOJE, o que podem descobrir cria, desenvolvendo seus talentos. As relações entre alunos e professores não são desprovidas de afetividade. A escola inclusiva, aberta a todos que desejam aprender, certamente parece uma utopia. Mas, muito pelo contrário, os alunos com que trabalhamos não são crianças perfeitas – são seres humanos singulares. Assim é também a instituição: simplesmente uma escola, de verdade, que não está presa a modelos criados por quem não aceita a diversidade. A atual tentativa de ensinar somente alunos perfeitos é que é utópica extremamente distante da realidade! Os professores devem ser formados para lidar com todos os tipos de alunos; mas não é necessário que tenham uma rigorosa preparação teórica e científica. O que aprendem na prática, dividindo experiências, muitas vezes é mais valioso. Isso contribuiu para o estreitamento das relações entre os profissionais da educação, o que se reflete na maneira como tratam os alunos. E quando os pais (e responsáveis) também participam dos debates sobre o aprendizado e o futuro, chegamos cada vez mais perto da concretização do sonho: ESCOLA DE QUALIDADE PARA TODOS.
Publicado em: 30 setembro, 2006 Fonte: http://pt.shvoong.com/books/409300-inclus%C3%A3o-escolar-que-%C3%A9-por/#ixzz1UjSmhUcy
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - PAULO FREIRE
O prof. Paulo Freire mostra que ensinar não é transmitir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a produção do saber. Ensinar exige muitos fatores, estes são citados de forma clara e conclusiva. Uma das primeiras exigências é a rigorosidade metódica, o Educador norteando-se por este saber deve reforçar a capacidade crítica do educando auxiliando-o a tornar-se criador, investigador, inquieto, rigorosamente curioso, humilde e persistente ; O facilitador deve ensinar os conteúdos mas também ensinar a pensar certo. Os conhecimentos contidos nos livros são muito importantes, porém ter apenas estes saberes e não estar antenado com a realidade do seu mundo, sabendo das necessidades e ocorrências do seu país, sua cidade, seu bairro e ainda de sua rua é pensar errado. O professor precisa pensar certo para só então ensinar a pensar certo.Ensinar exige pesquisa, o autor deixa claro neste estudo que, ensino sem pesquisa não é ensino, pesquisa e ensino estão intrisicamente relacionados. Ensinar exige respeito aos saberes do educando, o facilitador segundo sugestão do autor deve discutir com os alunos a realidade concreta a que se deve associar a disciplina, estabelecendo uma familiaridade entre os saberes curriculares fundamentais e a experiência social de cada um dos aprendizes. Ensinar exige criticidade, ter uma postura de curiosidade e inquietação indagadora e dicernidora. Ensinar exige ética, e estética, a prática educativa tem a obrigação moral de ser um testemunho rigoroso de decência e de pureza, o professor não pode estar longe ou fora da ética por ser portador do caráter formador, o ensino dos conteúdos não podem estar alheios a formação moral do educando. Ensinar exige também a corporeificação das palavras pelo exemplo, quem pensa certo tem consciência que palavras nada valem se não forem seguidas do exemplo. Pensar certo é fazer certo. O clima de quem, pensa certo deve ser o de quem busca a generosidade. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação. O ser é ofendido e para ele é restrito o direito a democracia, quando acontece qualquer uma das práticas discriminatórias. O repudio de Paulo Freire, por tais ações se faz notável e deve ser a todo custo seguido, o pensar certo exige humildade. Ensinar exige reflexão crítica, sobre a prática educativa. Como cita o autor, a esta prática docente crítica, implicante do pensar certo envolve movimento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O educando desenvolve o pensar certo em comunhão com o educador, tudo concorrendo para melhorias reais acerca da prática-ensino-aprendizagem.Quando há uma tomada de consciência sobre os fatos que envolvem a prática sendo cada educador um ser critico, autônomo de seus próprios atos, rigoroso metodicamente falando, pesquisador, que respeita os saberes prévios do educando, ético e moral, onde suas palavras e ações servem como testemunho, que não dá lugar para sentimentos discriminatórios, reflexivo, que assume a si próprio com seus acertos e seus erros , têm-se a certeza de que tal professor está andando e, pensando e ensinando a pensar certo. Este saberá que ensinar não é transmitir conhecimentos apenas, tão somente não falará bonito, sua retórica terá sempre um fundo de verdade, seus alunos poderão ver nele um ponto de apoio. O educador deve ter em mente o fato de que é um ser inacabado, não obstante, esta consciência acompanha o ser humano por si só e o leva a um estado reflexivo. Quanto mais cultural é o ser, maior é a sua infância, a necessidade de cuidados especiais se alongam, entende-se que o ser humano é o único animal que continua em companhia dos pais por vinte, trinta ou mais anos. O homem que está cônscio do seu inacabamento e das muitas barreiras e obstáculos a transpor sabe também que estes não são infindos. Para não transgredir os principios éticos da existência humana o professor não deve ironizar o aluno ou desrrespeitar sua curiosidade nata. Conforme o autor tal transgressão é vista como ruptura com a decência e ordem , toda e qualquer discriminação é imoral. O bom senso é outro fator que deve permear a prática docente, tendo respeito a autonomia, a dignidade e a identidade do educando, o educador pleno do conhecimento que rege o bom senso, exerce em sala de aula a autoridade a ele concedida porém sem o autoritarismo que se vê em sua essência.Ensinar exige também humildade e determinação em favor da luta pela classe, tornando-se arte integrante da prática ensino – aprendizagem. Deve-se ter em mente que o educador por ser um formador de pensadores, pode influenciar a favor de mudanças na forma de tratamento aos próprios educadores. As crianças de hoje, serão os futuros politicos, donos de escolas, diretores , gestores de amanhã e se estes forem conscientes e agirem com ética e moral, por terem sidos conscientizados por seus professores, serão mais zelosos com os beneficios voltados para a educação. O perfil alegre, animador, flexível, lutador e cheio de esperanças, apesar de..., é o que ajuda o exercício da profissão, tornando-a compensadora e desafiadora. Seres convictos de mudança é o que os educadores devem ser.Ao concluir este trabalho percebe-se que a leitura desta obra se faz necessária para uma boa prática de ensino. Trazendo à tona os velhos conceitos e transformando-os.
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